Things We Lost When Far Apart

Things We Lost When Far Apart
Things We Lost When Far Apart
Autora Amy Moore




Prólogo


Ele era tão idiota, mas tão idiota, que chegava a ser adorável. Tão rude, insensível e misterioso que me fascinava. Olhar em seus olhos era como enxergar as portas para o paraíso. Eu sabia que se passasse por aquelas portas, tudo o que aconteceu de ruim em minha vida seria automaticamente deletado. Como se eu simplesmente desse um delete no que já aconteceu. Não podia haver dor, sofrimento ou perda no paraíso.
Eu não entendia o motivo de gostar tanto dele. Não era natural aquele tipo de intensidade, não fazia bem, mas será que isso realmente importava?
Na verdade, não.
Tudo o que eu queria era tê-lo somente para mim. Queria fazê-lo feliz, tirar a dor daqueles olhos impecavelmente . Queria chamá-lo de meu.
Assim como queria que ele me chamasse de minha.
Mas, tentar atravessar as barreiras que ele me empunha era como tentar segurar vento. Impossível. Ele não me deixava entrar. Não me deixava mudar nele o que precisava ser mudado. E, se tem uma pessoa que me permite ser para ela tudo o que eu queria tentar com ele, meu amado, era justo tentar, certo? Se ele não queria o que havia de bom em mim, por que não dar esses sentimentos para quem me queria?
Ele não parecia concordar. E já estava me dando nos nervos.


Capítulo 1


olhou a sua volta, para sua nova escola. Estava um tanto apreensiva com as mudanças – não que fossem as primeiras. Havia se mudado com seus pais do Canadá, país onde nasceu, quando tinha apenas oito anos. Foram para Paris por conta de uma oferta de emprego para seu pai numa renomada empresa. Desde então, não se mudaram, até que seu pai recebeu uma oferta ótima na Inglaterra. Nem pestanejaram; arrumaram suas coisas e partiram.
Consultando o horário em suas mãos, seguiu para a sua primeira aula, inglês.
A aula ainda não havia começado, e a Sra. Berth (segundo a placa em sua mesa) ainda não havia chegado. Uma onda de constrangimento a abateu ao ver os olhares voltados em sua direção. Claro que tinha de ser o centro das atenções. Era o começo do segundo semestre e ela era a nova aluna.
— Hmmm, carne nova na área. – ouviu um garoto loiro, atlético e lindo – porém acéfalo – dizer. E pela jaqueta, claramente era parte do time de futebol. O sorriso em seus lábios era ofensivo de tão malicioso. encarou a parede no fundo da sala e nada disse. Pela expressão em seu rosto podia muito bem nada ter escutado. Não havia nenhum rubor de vergonha em seu rosto.
Ela não era uma garota de aparência frágil.
— Idiota – murmurou uma animadora de torcida aos risos. A garota também encarava abertamente.
Ela foi para o primeiro lugar vago que viu na sala. Sentou-se ao lado de um garoto bonito, de cabelos , olhos e um sorriso lindo de se ver no rosto.
— Ignore Royce. Ele é um babaca. – A voz dele era rouca e melodiosa. Perfeita. Capaz de deixar a mais forte das mulheres embasbacada.
A garota sorriu para ele. Foi uma reação impulsiva – não tinha como não reagir àquele menino.
— Ih, olha só, a novata sentou com os losers. Coitadinha.
olhou para a mini Barbie tagarela. Seu primeiro pensamento foi que a voz dela era irritante.
— Ignore Barbara também.
olhou para o garoto ao seu lado.
— A propósito, sou .
– disse. – Mas pode me chamar de .
— Oi, !
A menina virou-se, sobressaltada. Estava olhando para um garoto de cabelos e olhos , que certamente também era muito bonito e parecia ser um garoto bem simpático. Ele tinha um sorriso extremamente fofo, daqueles que nos fazem querer sorrir junto.
— Oi – disse. – Sou . – O sorriso se alargou.
Os olhos de foram para o garoto ao lado de . Seus olhos eram e sérios, os cabelos arrepiados. Esses garotos eram todos lindos. Como podiam ser os losers? Eles eram tão ou mais bonitos que aquele atleta sem graça. Pelo menos do ponto de vista de .
— Sou – disse ele. – Seu futuro marido. Aliás, quer casar comigo?
Sério? Ela o achara sério? Mudou de ideia rapidamente.
— Oi, . – sorriu.
— Droga, . Já está jogando charme? – perguntou, irritado.
— Cala a boca, .
riu, olhando para o garoto sentado sozinho atrás de e , na última carteira. O menino de cabelos e olhos pestanejou para , com uma expressão vazia, pálida, e os olhos eram misteriosos e sem brilho. Ele tinha uma beleza singular, perfeita; seu estilo misterioso, meio rock, meio britânico, e a expressão tão séria e vazia que chegava a dar medo. E, ainda assim, lindo de tirar o fôlego – os outros três, perto dele, eram quase feios. Quase. Ele tinha um jeito totalmente largado, que gritava obviamente: "Sou um rebelde problemático com tendências às drogas!"
Ele não se apresentou.
sentiu-se obrigada a desviar o olhar. Aquele garoto, pedaço de mau caminho, era um tanto assustador. Ela não conseguiu olhá-lo por mais de um segundo.
Ele nem se mexeu.
— Ele dá medo, não? – perguntou bem baixinho.
— Um pouco – admitiu.
— Imagine, ele um dia foi meu melhor amigo.
quis perguntas mais sobre aquele misterioso garoto, mas nesse exato momento, a Sra. Berth adentrou a sala e a aula começou.

não teve nenhuma aula com , e , pelo menos até o intervalo – mas teve mais aulas com Royce e Barbara, que eram um casal de metidos e arrogantes que não têm nada melhor para fazer e irritam as pessoas. Além disso, teve Francês com o menino assustador, e nesta aula conheceu Cassie, com quem se identificou imediatamente.
O sinal do intervalo soou pelos corredores e os alunos saíram das salas como uma avalanche. seguiu calmamente atrás dos outros.
Quando passou pelas portas do refeitório, por instinto, seu olhar vagou atrás dos simpáticos garotos, mas encontrou primeiro o garoto assustador. Ele estava sentado no canto mais afastado, sozinho, escutando música no i-Pod. Ele não comia e nem se mexia. Só esperava o tempo passar, com os braços apoiados à mesa e uma das mãos sob o queixo. Era a imagem do tédio – e da perfeição. Bem que podia estar pensando em qual droga usaria quando saísse da escola. Aquele cara era como uma enorme placa de neon berrando "perigo".
? – se surpreendeu em saber que era mesmo antes de vê-lo. Porém, aquela não era uma voz que se pode esquecer. Era marcante.
— Sim, ?
— Oi, ! – ouviu Cassie chamar. Ela olhou para a ruivinha com quem fizera amizade na aula de francês. – Vai se sentar com a gente? – Ela se referia a ela e ao namorado, Ian, e a mais duas garotas, e .
— Eu ia perguntar a mesma coisa – disse , passando a mãos pelos cabelos, desgrenhando-os.
sorriu.
— Oh, certo – disse. – Como chegou primeiro, vou passar os primeiros minutos com ele...
— Okay. – Cassie riu. – Venha pra minha mesa depois.
Cassie correu. Ela era assim: alegre, apressada e desastrada, isso já sabia.
— Cass, por que foi chamar aquela garota? – tinha uma expressão zangada enquanto encarava a aluna nova com .
— Ela é legal. – Cassie deu de ombros.
— Contanto que não chegue perto de ... – nem notou, mas falou isso em voz alta. Cassie riu.
, , . – Revirou os olhos. – Se valorize, . é problemático. Já , no entanto...
— Shiu! – fez . Com isso, Cassie se calou. não tinha jeito; que podia fazer?
Enquanto isso, e pegaram a comida e se juntaram a e . Eles já estavam quase no fim do almoço.
, – cumprimentou .
— Princesa – disse .
— Oi, minha vida.
riu.
— Sente-se, amor – disse , enquanto puxava a cadeira. Depois deliberadamente olhou para e , sorrindo com malícia, e piscou.
— Ponto pro – disse de má vontade, batendo a lata quase vazia de refrigerante na mesa. – Isso não fica assim.
A menina arqueou a sobrancelha.
— Disputando para saber quem é mais conquistador?
sorriu, maroto.
— É. – E acabaram rindo.
Permaneceram calados por algum tempo, até que não se aguentou mais, tamanha era a ansiedade de satisfazer a sua curiosidade. Eu, no lugar dela, estaria assim também. Quem não iria querer desvendar o mistério explícito que era aquele garoto?
— Hey, ?
— Sim, querida?
engoliu em seco e depois olhou cautelosamente para o garoto assustador.
— Quem é ele?
fechou a expressão, se inclinou para frente e olhou para o rapaz, o foco do assunto.
Como se pudesse sentir o olhar dos dois, o garoto levantou o olhar e afastou os cabelos dos olhos com um movimento da cabeça. Seus olhos estavam em , assim como os dela estavam nele. Por mais estranho que pudesse parecer, havia maldade nos olhos dele. E não era de um jeito malicioso, tampouco de se ignorar.
Era, como tudo nele, um sinal de alerta de perigo.
— Este, , é .
encarou a menina por mais tempo que ela conseguiu encará-lo de volta. Estava tentando intimidá-la, e com sucesso. Olhar para ele deixava-a arrepiada.
— E qual é o problema dele, afinal? – se sentia nervosa com a atenção de sobre ela. percebeu isso.
— Depressão – disse , encarando a mesa. – Algumas pessoas entram em depressão e comem chocolates. Algumas não comem absolutamente nada. Algumas choram. escolheu todas as piores opções: se isolar, adotar a agressividade...
E então, fez um comentário bobo aleatório e o assunto sumiu tão rápido quanto surgira. Isso só deixou a garota ainda mais intrigada.

As aulas restantes se passaram rapidamente. Logo se viu em casa. assombrou seus pensamentos durante boa parte de seu dia. Perguntava-se o que o pusera em depressão. Perguntava-se o que poderia ser tão grave ao extremo de uma pessoa se perder como ele parecia perdido.
Quando , mãe de , perguntou sobre seu dia na escola, a menina contou tudo com animação. Adorou falar de como se identificara com , e . A mãe ficou muito feliz.

Os dias se transformavam em semanas enquanto se adaptava à nova vida. Ela tentava sempre chegar ao assunto "" com os meninos, mas eles nunca queriam falar dele. E nunca queriam explicar o motivo. Como que para acrescentar um número à equação, começou a se manifestar toda vez que a garota estava por perto; não era algo que ele costumava fazer, já que na maioria das vezes fingia que só havia ele na escola, e isso despertou o interesse geral. Contudo, a atenção que ele dava a ela estava longe de ser como a de , ou . Era como se a odiasse. Olhava feio para ela. Saía sempre de perto quando ela se aproximava por qualquer motivo. E tudo isso sem jamais trocar uma palavra com a menina. Isso me lembra bastante o modo como Edward Cullen tratou Bella na primeira vez em que a viu, no primeiro volume da Saga Crepúsculo.
E sabemos bem que ele queria assassiná-la.
Pensar nisso deixou completamente desconfortável.
Semanas mais tarde, a professora de Francês achou que seria ótimo para a classe se ela mudasse todo mundo de lugar, obrigando a turma a conviver com outras pessoas além dos amigos. E ela achou maravilhosa a oportunidade de juntar a aluna nova, que sentava sozinha, com o menino recluso que se sentava sozinho também. Assim, e passaram a dividir a mesa. A garota não gostou nada disso.
Depois de uma hora de gelo total, a garota marchou para o refeitório, onde tacou com raiva o fichário por sobre a mesa, fazendo se assustar e derramar espalhafatosamente seu refrigerante pela mesa e também em suas calças.
— CARALHO! – berrou, dando um pulo para trás. caiu na gargalhada, enquanto Cassie (ela, o namorado e as duas amigas se juntaram a eles à mesa definitivamente) ralhava com .
— Céus, ! Isso é uma escola; tenha modos! Não te ensinaram que falar palavrões é feio...?
— Que houve, ? – foi quem parou para notar que a amiga estava explodindo. fez um careta do outro lado da mesa ao vê-lo tão atencioso com a novata.
! – disse o nome dele como se falasse um palavrão. – ! Ele me irrita demais!
— O que foi que ele fez? – parecia alterado e meio temeroso ao mesmo tempo. A pergunta do amigo ecoou em sua cabeça e fez com que ela parasse para pensar. O que ele fizera, realmente? Nada! Aquilo podia muito bem ser coisa da cabeça dela. Ele podia muito bem ser exatamente daquele jeito com todo mundo.
E, aliás, por que ela se importava com o fato dele ser frio com ela? QUEM LIGA? Ela nunca se importou com esse tipo de coisa, por que agora?!
Ficou meio boquiaberta para , e depois corou em constrangimento.
— Nada, na realidade. – E então, olhou para ele. Com choque, percebeu que ele tinha no rosto um sorriso presunçoso. Vira toda a cena: ela tacando seu fichário com raiva, meio surtada, e deve ter sacado...
Filho da puta! Não dá pra acreditar; e ainda por cima caçoa de mim!
Ela lhe deu as costas, furiosa. Então ele sabia que estava irritando-a. Sabia que seu comportamento era um aborrecimento a ela. E ria-se disso para ela ver!
anda me irritando para se divertir – disse ao que, assim que ouviu isso, olhou para .
— Eu conheço esse sorrisinho... – deixou escapar, bem baixinho, como se falasse consigo mesmo. nada disse a respeito.
— Não me importa, de qualquer forma – disse , com altivez, empinando o nariz em sinal de desdém. – Não sei nada sobre ele e nem quero saber. Que se dane.
não confiou numa palavra sequer do que a amiga falou, mas nada disse. Quanto mais longe de , melhor a amiga estava.

Continua...
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Nota da Autora: No próximo capítulo...

— O que você quer de mim? – perguntou . Ela soluçava. Tinha medo da figura de preto que a tinha totalmente sob seu controle. Seus braços doíam onde aquele homem alto e forte a apertava com tanta força. Tremia dos pés à cabeça. – Seja o que for... eu dou. Dinheiro, minha bolsa, o que quiser. Só não faça nada comigo. Eu imploro!
— Só quero conversar – disse. Havia um tom de riso na voz. E então ele revelou seu rosto. quis matá-lo.

OOOOOI gente! *se é que alguém ainda vai acompanhar a fic* Então? Quem é o tiozinho de preto? QUERO SABER GENTE.
Tô há quase um ano sem atualizar essa fic o.o que horror. Mas deixa. Agora ela voltou a todo vapor, e eu acho que bem melhor que antes.
O primeiro capítulo foi bem corridinho mesmo, eu sei, mas espero que tenham gostado. Logo tem mais!
Amanda xx (12/03/2011)